"O maior castigo para quem não gosta de política é ser governado pelos que gostam." (Arnold Toynbee)

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Palavras do Prefeito eleito, em entrevista ao Jornal Atual, antes das eleições: para cobrarmos agora que eleito

“Quero honrar a memória do meu pai, fazendo pelo povo”

Bacharel em Direito, o empresário Evandro Capixaba, 54 anos, não descuida de mirar o futuro, buscando inspiração na trajetória do pai, Cândido Jorge Capixaba, que exerceu o cargo que ele hoje almeja deixando um legado altamente positivo. A particularidade familiar é uma das credenciais que, com orgulho, ele exibe na corrida eleitoral, em que pela segunda vez tenta chegar à prefeitura. Otimismo não lhe falta. “Estou altamente confiante”, diz ele. Na entrevista que segue, apesar de condenar o que chamou de “agressividade de adversários”, Capixaba promete não olhar para trás caso seu nome seja ungido pelas urnas no domingo. “Quando assumirmos, vou dizer: a eleição acabou. Agora vamos olhar para frente, pois Mangaratiba vai precisar do esforço e do trabalho de todos”, garante. Com o mérito de ter reunido, na campanha, uma ampla coligação, ele comemora apoios como o dos senadores Lindberg e Crivella, além do ministro Carlos Lupi, como indicativo do aceno favorável por parte da presidente Dilma Rousseff, a cuja imagem buscou se associar durante os 40 dias do embate eleitoral.

ATUAL – Um de seus adversários repete sistematicamente que leva vantagem porque tem o apoio do Palácio Guanabara. Se o senhor for eleito prefeito, como será o diálogo com o governador. O que dirá a ele num primeiro contato?
O governador não apenas tem casa em Mangaratiba, ele mora aqui. Tenho certeza que ama a cidade e jamais iria penalizar a população pela escolha soberana e sábia que fará, pois essa é a sua índole. Ele não é vingativo.Vou ligar para ele no dia seguinte à eleição, convidá-lo para a nossa posse e dizer que estaremos à sua disposição, que seremos parceiros em todos os projetos que ele quiser desenvolver na cidade. Tenho certeza que seremos amigos, pois Mangaratiba gosta muito dele.
 
O senhor reafirma que, eleito prefeito tem condição e vai conseguir tornar realidade o conjunto de projetos que apresentou?
Boa parte dos projetos de meu programa custa apenas uma mudança de postura. Transparência na gestão de recursos não custa nada... Investir e melhorar as condições da saúde pública, da educação, do turismo, também não será grande problema, pois os recursos existem. Vocês sabem qual o valor do orçamento municipal para 2011? Quase 200 milhões de reais...
 
O que lhe dá a certeza do apoio do Palácio do Planalto, a ponto de se associar à imagem da presidente Dilma Rousseff?
A coligação que nós montamos. E que tem o PT, o partido da presidenta Dilma, como um dos integrantes. O apoio do senador Lindberg, que já veio à cidade duas vezes, também garante isso. O apoio do ministro Carlos Lupi, que estará em nosso palanque trazendo para Mangaratiba a confirmação da notícia de que Lula e Dilma estão conosco, também indica isso. O apoio do senador Crivella é outro indicativo. Eu acho suficiente...
 
Quais o senhor considera as suas melhores credenciais para almejar o cargo de prefeito?
 Minhas melhores credenciais são a minha vida, o convívio que tenho a vida inteira com os anseios, os problemas dessa população. Fui vereador por três mandatos, sempre defendendo e lutando pelos mais carentes. Todos se lembram que eu tinha um programa de apoio social que atendeu milhares de pessoas até uns anos atrás. Sou filho de um político muito ligado ao povo, que sempre esteve ao lado da população, principalmente dos mais humildes. E que foi um grande prefeito, que governou com amor e sabedoria, nunca perseguiu ninguém. Quero honrar sua memória e fazer pelo povo de minha terra pelo menos um pouco do que ele já fez.
 
O senhor fala com muito entusiasmo de seu candidato a vice-prefeito, Jorge Luiz Alcântara. Qual será o papel dele em um eventual governo do PR? 
Jorge estará ao meu lado. Precisarei da experiência administrativa e da competência dele para me ajudar a tomar decisões sábias em favor dessa população. Ele não será um enfeite no governo. 
 
Agora, na campanha, o senhor tem cinco vereadores como adversários. Em caso de eleição, como será sua relação com eles?
Quando assumirmos, irei me dirigir a eles e dizer: “a eleição acabou. Agora vamos olhar para frente, pois Mangaratiba vai precisar do esforço e do trabalho de todos para que saia da situação em que se encontra”. E acho que a cidade vai poder contar com todos, vocês não acham?
 
E com o Poder Legislativo, de uma maneira geral?
Todos os vereadores serão tratados com respeito e consideração, como autoridades que são, portadores das reivindicações de seus eleitores. Estou certo que teremos maioria na Câmara, porque os vereadores também querem o melhor para a cidade.
 
Quais serão as suas primeiras preocupações caso seja eleito?
Com o Carnaval. A diplomação deve ocorrer dia 1º de março, a posse logo depois, muito em cima do Carnaval. Será um momento de muito trabalho, de muita dedicação, para que tudo corra bem, principalmente porque sabemos que não teremos tempo para nada...
 
Que perfil terá o secretariado em sua eventual administração?
Será um secretariado muito técnico. Todos terão que ser testados e aprovados como administradores, como homens públicos e como seres humanos. Vamos mudar a postura desses auxiliares, que deverão se portar como empregados do povo.
 
O tema Saúde foi prioridade para os três candidatos. Antes mesmo da eleição, os vereadores eram unânimes em criticar a gestão da área. O que se pode fazer de imediato para mudar essa situação?
Vou dar um choque de gestão na saúde. Vou mudar totalmente o atendimento no hospital e nos postos de saúde. O servidor público receberá treinamento para tratar com respeito e amor a todos os pacientes, pois aquele é um momento de dor. Quem está doente, além de ficar curado, tem que receber atenção e carinho. Mas nos primeiros dias vou colocar pelo menos oito ambulâncias convencionais e duas ambulâncias - UTI, novas, nos postos de saúde e no hospital.
 
As soluções nessa área demandam esforços além dos limites das municipalidades. É possível, por exemplo, investir já num Consórcio Intermunicipal de Saúde?
Penso nisso não apenas em relação à Saúde, mas também em relação ao lixo. Acho que poderei contar com os prefeitos Charlinho e Martinazzo nessas duas questões. Por exemplo: Itaguaí pode investir numa especialidade médica, contar com ajuda financeira de Mangaratiba e receber pacientes das duas cidades que precisem daquele serviço específico. Penso nisso e acho que terei muita chance de implementar algo assim.
 
Para além do embate eleitoral apropriado, o senhor sofre críticas pela fama de gostar de beber. Isso o incomoda? O que o senhor tem a responder a esse respeito?
Incomoda, sim. Gosto de tomar uma cervejinha com os amigos, mas nessa campanha aboli totalmente o hábito. Tenho bebido somente água e já perdi uns 4 quilos. E estou me sentindo muito bem...
 
Um dos seus adversários o acusou de ser o responsável pela interrupção de uma reunião em Muriqui. O que o senhor tem a dizer sobre isso? 
Os adversários dizem tanta coisa, que acabam caindo no descrédito. A Justiça Eleitoral é rigorosa. Na primeira reunião que o novo juiz fez com os candidatos, alertou que recebera notícias sobre a utilização do Iate como comitê eleitoral de determinado candidato. Chegou a avisar que faria fiscalização no local. Quem não acredita no rigor da Justiça acaba sofrendo consequências, como já vimos acontecer na cidade...
 
Como um eventual prefeito Evandro Capixaba vai se comportar num contato com o secretário Alexandre Cardoso, que o tratou como “Capixira”, segundo ele, mistura de Capixaba com mentira? 
Vou tratá-lo com tanto respeito que ele ficará envergonhado de ter cometido essa indelicadeza com alguém que não conhece...
 
Qual a estratégia para os últimos momentos da campanha?
 Intensificar as caminhadas, os comícios, e fiscalizar. Fiscalizar muito. Como dizem alguns amigos cristãos: “Orai e vigiai”...
 
Sua expectativa com relação ao resultado?
Estou altamente confiante. Acho que a cidade quer mudanças. Mudar não é apenas mudar o comando, mas mudar as práticas. Chega de perseguição, de falta de liberdade, de tirania. Numa cidade como Mangaratiba, em que praticamente um terço da força de trabalho é de empregados públicos, é muito humilhante ver as pessoas sendo forçadas a irem a reuniões, tendo que assinar listas de presença para garantir seus salários. Isso será passado, podem apostar.
 
Independente do resultado, com que sentimento o senhor encerra a campanha?
Com um orgulho e uma gratidão muito grande, por todas as demonstrações de carinho e amor que recebi nesses quase 40 dias. Em alguns momentos cheguei a me emocionar. Eu sou emotivo e choro à toa...
 
Alguma surpresa positiva ou negativa marcou esses dias?
Nada negativo, apenas a agressividade de adversários. E algo de muito positivo, a imagem que marcou essa campanha: ver a praça de Mangaratiba no comício que fizemos domingo passado completamente lotada, e apenas com rostos conhecidos. Isso não tem preço.

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